quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Era uma vez...

Meu nome é Cassandra. Vivo em um mundo que é só meu. Um mundo onde não se percebe ventos, não se sente frio ou calor; não se sente nada. Nesse mundo tudo é azul, desde o chão em que piso até o ar que respiro.

Quando acordo e olho para a direita vejo um imenso mar azul, com ondas fortes que batem em rochas distantes e que trazem à praia a espuma clara de uma água limpa. Um céu azul o sobrepõe, com suas nuvens aveludadas e gaivotas a cantar.

Estes são dias calmos. Dias em que meu pensamento inerte toma um tom de azul uniforme. Não me preocupo com o que passou ou o que está por vir.

Quando acordo e olho para a esquerda vejo uma floresta densa e próxima, com árvores azuis ameaçadoras e sons selvagens que se espalham ao longo da fronteira. O céu que a cobre é carregado e tempestuoso, nuvens de chuva azul escuras, raios e trovão.

Esses são dias angustiantes. Dias em que meu pensamento corre em busca de uma razão e de um porquê que na verdade não existem.

Para um destes lados olharei, não existe uma terceira opção. Quando acordo não me é permitido olhar adiante, nem atrás.

Sei que atrás de mim existe um caminho, de areia azul, suave, na qual deixei meus passos que já não se podem repetir. Plantei flores das quais nunca saberei que cores poderiam ter; ervas daninhas azuis se agarraram a elas e as sufocaram. Delas hoje só restam vestígios, lembranças, um talvez.

Adiante, um penhasco, um convite à queda livre, sem direito a instruções ou explicações prévias. Não tenho alternativas se não arriscar, pois o caminho está no fim e não posso mais estagnar.

Pode ser que do outro lado eu encontre um mundo novo, com novas cores; pode ser que eu encontre o nada.

Enquanto isso: azul.


Xoxo.

Um comentário:

  1. Azul, minha segunda cor predileta.
    Por aqui, tudo preto e branco, mas espero que em breve: azul!
    ;)

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