quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Funeral.


Mentiras,
Asco,
Raiva,
Ingratidão,
Nocividade,
Angústia.

Última batida de um coração
Cai por terra o punhal sangrento que o feria
E eis que finalmente o último pedaço de sentimento se esvai
Quebrou-se como cristal, deixando cacos e cortes por toda parte.
O que antes era carinho e compreensão,
Hoje é estranheza e solidão.
O que antes era amor, envolto em pureza e simplicidade,
Hoje foi varrido por um derradeiro ato de intransigência e covardia.
Deixando para trás o vazio,
O nada.


Xoxo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

My Immortal...

I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
And if you have to leave,
I wish that you would just leave
'Cause your presence still lingers here
and it won't leave me alone
These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase
When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me

You used to captivate me by your resonating light
Now I'm bound by the life you've left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me
These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase
When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me

http://www.youtube.com/watch?v=B-A-4NQfFRs


Xoxo.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Inspiração paralela.

Há os que acreditam em amor à primeira vista; tudo bem, podem até ter razão. Por mim, prefiro acreditar em paixão à primeira vista.
A paixão à primeira vista é algo inexplicável e incontrolável. Nos faz sair do eixo, desejar momentos e situações improváveis, duvidar de nossas próprias convicções.
Essa tal paixão é como um dia de sol em um mês chuvoso; traz luminosidade, calor, e quase nos faz acreditar que vai perdurar, mas com a chegada da noite vai-se para não mais voltar.
Creio que para a maioria das pessoas a referida paixão seja apenas um caso platônico, tão idealizado e intocável que chegamos a temer que, se realizada, perca sua graça e sentido.
Bom, no meu caso não foi assim. Eu tive minha paixão à primeira vista, meu sonho de consumo, totalmente realizado e da maneira que eu esperava que fosse.
Tudo começou realmente com um olhar, íris de um castanho profundo que me fez perder a noção de espaço e tempo. Depois um ligeiro cumprimento e um beijo suave que me tirou todo o chão e o ar.
Confesso que no primeiro momento tentei fugir, tentei negar o que senti, afinal de contas ele era exatamente o oposto de tudo aquilo que eu desejava.
Um homem, fisicamente desajeitado, fora dos padrões idéias de beleza, pouco acima do peso, e para completar, um figurino de mau gosto e um cabelo completamente estranho.
No entanto, era justamente esse conjunto inusitado que me chamava atenção. A cada momento àquela imagem me retornava à cabeça e eu fui aos poucos me deixando enlouquecer.
Nossas vidas seguiam movimentos distintos, entre nós não havia muita conexão nem nas amizades nem nos locais que freqüentávamos; então, depois da primeira, poucas foram as vezes que nos reencontramos.
A cada vez que eu o via corria em minha mente um milhão de dúvidas e impasses; aquela situação me fazia questionar acerca das minhas decisões e punha em cheque muitas de minhas convicções.
Afinal de contas porque ele mexia tanto comigo? Quando estava perto eu não sabia se queria que fosse logo para longe e assim acabasse com meu tormento, ou se queria que permanecesse ainda que a única coisa que pudesse fazer fosse olhá-lo.
Em nossas conversas, aparentemente aleatórias e deslocadas, eu acabava por notar diversas coisas em comum; mesmo time de futebol, mesmos gostos musicais, e outras coisas que foram ao longo do tempo contribuindo para aumentar nossa afinidade.
Até então nosso contato era meramente diplomático, e poderia, com o passar do tempo, dada as afinidades, tornar-se talvez uma bela amizade. Apesar do desejo eu jamais poderia imaginar que algo realmente viesse a acontecer entre nós.
Certa noite, depois de muita insistência, eu resolvi sair com alguns amigos de faculdade que há tempos não via. Eu andava um pouco desaminada nos últimos dias, logo, uma festa diferente e com pessoas animadas era tudo que eu precisava para me recuperar.
Fomos a tal festa em uma boate nova, com mais algumas pessoas que ainda não conhecia, mas todas muito divertidas. O som era bom, os amigos me alegravam, e bebidinhas aqui e ali começaram a me animar.
De repente, eis que vejo próximo ao bar da balada o rapaz que andava invadindo meus sonhos e mexendo com minhas fantasias recentes. Imediatamente nos reconhecemos na multidão e começamos a conversar.
Com o ritmo da música, a proximidade de nossos corpos e, creio, um desejo mútuo, acabamos por nos beijar. Como eu já imaginava; um beijo doce, forte, sedutor, uma química inexplicável que não deixava espaço para mais nada.
Aquela foi a primeira e única vez; mas foi extremamente significativa e memorável. Foi para mim a realização de um sonho, tive quem eu queria e da forma que imaginava.

Xoxo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Intercurso vital.


Daniela se encontra em um quarto escuro. Este quarto não tem janelas e nem sequer uma porta; dentro do quarto não existem mobílias e nenhum som atinge o cômodo para que se possa contar o tempo a partir dele.

O comentado quarto é tão escuro, e a moça ali permaneceu por tanto tempo que já não se recorda de seu nome ou idade, ela perdeu inclusive suas vontades, sonhos e por fim, personalidade.

Por algum tempo Daniela se questionou sobre os motivos de sua prisão: ‘será que errei?’, ‘onde errei?’, ‘meu erro foi tão grave a ponto de justificar tal pena?’.   Depois passou a questionar sobre si mesma: ‘em que momento deveria ter desistido das escolhas que me trouxeram até aqui?’.
Agora a garota se acha em pleno estado de resignação, chega a crer que na verdade o mundo é mesmo daquela forma que ela vê: um quanto escuro, sem móveis e sem entradas ou saídas para o exterior.
A porta do tal cômodo, no entanto, como nos sonhos de Alice* foi surgindo pouco a pouco e encontra-se agora completa e destrancada, pronta para ser aberta e guiar Daniela de volta ao mundo real.
Porém hoje algo inusitado acontece, a porta se abre de repente e eis que adentra o ambiente sem qualquer pedido de permissão a Esfinge, que lhe fornece luz e conhecimento, e ainda lhe permitirá que sejam feitas quaisquer perguntas sobre o passado.
Ainda atordoada com a luz forte que lhe cega os olhos e assustada com a entrada desta figura em seu quarto, a moça ouve passivamente tudo que a Esfinge tem a lhe dizer, ouve as suas sugestões e propostas.
Daniela está em estado de choque, não sabe o que pensar e menos ainda o que dizer. Ela não sabe se deve aceitar a proposta da Esfinge e teme não saber lidar com as conseqüências que virão dessa aceitação.
A única coisa em que Daniela consegue pensar no memento é: ‘porque agora, depois de tanto tempo vens me tirar do cômodo, do sossego, e por de volta em minha mente todas as dúvidas de antigamente?’ e ‘como ousas entrar em minha vida sem pedir licença?’
*Alice no País das Maravilhas, Lewis Caroll.

Xoxo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tic^^ Tac^^

Espera...
A cada 60 minutos, uma nova hora.
Espera...
A cada 24 horas, um novo dia.
Espera...
A cada 30 dias, um novo mês.
Espera...
A cada 3 meses, uma nova estação.

Espera...
Espera...
Espera...

Maldita fé que te faz crer que o impossível é apenas questão de opinião
Maldita positividade que te faz crer na bondade dos seres que te rodeiam
Maldita esperança que te faz crer que basta nela acreditar e tudo irá se resolver

E o ano passou...
E o tempo passou...
E a vida passou...

Então você percebe que a única coisa que fez foi esperar em vão
Por algo que não tinha a pretensão de acontecer.

Xoxo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aquele sobre o amor...

"Poucos querem o amor, porque amor é a grande desilusão de tudo o mais.
E poucos suportam perder todas as outras ilusões.
Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal.
É o contrário: amor é finalmente a pobreza.
Amor é não ter.
Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor."

(Clarice Lispector)


Xoxo.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sem sentidos.

Depois que conheceram os seus
Cada um em sua vez
Meus sentidos me abandonaram.

O primeiro que se despediu foi o tato
Que preferiu a companhia de tua pele
Ao invés do frio de uma noite de solidão.

Em seguida partiu o olfato
Que tendo seu cheiro por oxigênio
Comigo já não pode existir.

Então partiu o paladar
Que depois de provar seus beijos
Outros gostos não sente mais.

Depois a audição
Que só tem por som o som de sua voz
Seguiu com você por onde cantas agora.

Por fim foi-se a visão
Que decidida por acompanhar sua imagem
Deixou-me na escuridão.

Resta-me agora apenas o coração
Magoado e machucado
Que apenas aguarda o momento em que não mais irá bater.


Xoxo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Esse soneto não canto mais.


Houve um tempo em que fadas existiam
Eu via seu brilho, sonhava com ele
Mas isso é ilusão e hoje não as vejo mais.

Houve um tempo em que acreditava
Em anjos caídos, a mim predestinados
Mas isso é ilusão e hoje não creio mais.

Naquele tempo todas as estações eram primavera
Tudo irradiava alegria, tudo cantava
Eu acreditava nos sonhos e deles não queria acordar
Aceitava de modo subserviente a mágica do seu olhar.

Mas não se pode viver de ilusão, a realidade lhe bate à porta
Minha estação agora é o inverno, vão-se folhas e flores
Daquela canção nada restou
Nossa VELHA INFÂNCIA... morreu.


Xoxo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ode ao Perdão.

Se após 50 anos eu não fizesse o jantar, não esquentasse os seus pés, ou não dissesse ‘bom dia’; e então você me deixasse...
Eu te perdoaria.

Se após toda a vida você saísse para comprar uma bebida, para conhecer o mundo, para mudar a rotina; e assim você me deixasse...
Eu te perdoaria.

Se após uma briga eu não pedisse desculpas, não tivesse lagrimas nos olhos, ou não assumisse os erros ainda que não fossem meus; e então você me deixasse...
Eu te perdoaria.

Se após um momento controvertido você se irritasse, mesmo sem razão gritasse e depois simplesmente desistisse; e assim você me deixasse...
Eu te perdoaria.

Se após uma grande festa eu não dissesse que você é especial, que você era o motivo para ela acontecer, ou que por você brotam minhas alegrias; e então você me deixasse...
Eu te perdoaria.

Se após cada conquista conjunta você não se sentisse parte do todo, não visse motivos para comemorar ou não te importasse mais tais alegrias; e assim você me deixasse...
Eu te perdoaria.

Se em cada ato, movimento ou pensamento meu você não estivesse presente e por todos esses motivos você me deixasse...
Eu te perdoaria.

Mas hoje, sem qualquer argumentação, sem nenhuma justificativa, sem consideração você me deixa...
Em qualquer outro dia eu te perdoaria.
Mas não hoje!


Xoxo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pra não te esquecer...

(princesa encantada, amor primeiro)

“MARINA você faça tudo mas faça o favor... Não pinte esse rosto que eu gosto, que eu gosto e que é só (...)”
[Marina – Dorival Caymmi]

“O Hotel MARINA quando acende, não é por nós dois, nem lembra o nosso amor (...)”
[Virgem – Marina Lima]

“O espaço é grande e escuro, um pequeno claro é mais futuro; desde que eu te junte no meu peito escutando um coração que te ama. MARINA MARINA MARINA (...)”
[Marina, só quero viver – Guarabyra]

“Lembras-te MARINA? (...) Foste minha companheira; foste minha derradeira única aventura?”
[Marina – Vinícius de Moraes]

“Dora, Isaura, Emilia, Teresinha e MARINA (...)”
[Ela é bamba – Ana Carolina]

“Cantei MARINA, MARINA dos mares. Sumiu na areia, vai me abandonar não. Adeus princesa, cabelos solares. Eu vou, eu vou (...)”
[Marina dos Mares – Carlinhos Brown]

“MARINA, Ilumina meu silencio, minhas noites vãs, minhas manhãs desertas de paixão, meu coração sem sol, meu sonho de amor (...)”
[Marina – Guilherme Arantes]

“Como te amo linda MARINA. Não me desprezes porque te quero. Eu quero o brilho do teu olhar para iluminar todos os dias meus (...)”
[Marina Rosa – Kakau Gois]


Xoxo.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Billy Corgan me entenderia^^

Crestfallen - Smashing Pumpkins.

Who am I to need you when I'm down?
Where are you when I need you around?
Your life is not your own

And all I ask you
Is for another chance
Another way around you
To live by circumstance, once again

Who am I to need you now?
To ask you why, to tell you no
To deserve your love and sympathy
You were never meant to belong to me

And you may go, but I know you won't leave
Too many years built into memories
Your life is not your own

http://www.youtube.com/watch?v=ham1r-Rm_Jg
 
Xoxo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Era uma vez...

Meu nome é Cassandra. Vivo em um mundo que é só meu. Um mundo onde não se percebe ventos, não se sente frio ou calor; não se sente nada. Nesse mundo tudo é azul, desde o chão em que piso até o ar que respiro.

Quando acordo e olho para a direita vejo um imenso mar azul, com ondas fortes que batem em rochas distantes e que trazem à praia a espuma clara de uma água limpa. Um céu azul o sobrepõe, com suas nuvens aveludadas e gaivotas a cantar.

Estes são dias calmos. Dias em que meu pensamento inerte toma um tom de azul uniforme. Não me preocupo com o que passou ou o que está por vir.

Quando acordo e olho para a esquerda vejo uma floresta densa e próxima, com árvores azuis ameaçadoras e sons selvagens que se espalham ao longo da fronteira. O céu que a cobre é carregado e tempestuoso, nuvens de chuva azul escuras, raios e trovão.

Esses são dias angustiantes. Dias em que meu pensamento corre em busca de uma razão e de um porquê que na verdade não existem.

Para um destes lados olharei, não existe uma terceira opção. Quando acordo não me é permitido olhar adiante, nem atrás.

Sei que atrás de mim existe um caminho, de areia azul, suave, na qual deixei meus passos que já não se podem repetir. Plantei flores das quais nunca saberei que cores poderiam ter; ervas daninhas azuis se agarraram a elas e as sufocaram. Delas hoje só restam vestígios, lembranças, um talvez.

Adiante, um penhasco, um convite à queda livre, sem direito a instruções ou explicações prévias. Não tenho alternativas se não arriscar, pois o caminho está no fim e não posso mais estagnar.

Pode ser que do outro lado eu encontre um mundo novo, com novas cores; pode ser que eu encontre o nada.

Enquanto isso: azul.


Xoxo.