quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Da desventura.

“Triste é viver na solidão
(...)
Triste é saber que ninguém pode viver de ilusão
Que nunca vai ser, nunca vai dar
O sonhador tem que acordar”

(Tom Jobim)



Morte, querida morte. Você que ronda meus dias trágicos, mostrando-se como brilho de apaziguamento e redenção. Por que me cercas, mas não me tomas? Por que me seduz, mas não me satisfaz?
Deste mundo em que me encontro já não tenho anseios nem desejos. Já não sinto frio, já não sinto fome. Sinto apenas meus olhos turvos e meu corpo cansado dessa existência nefasta e sem sentido.
Morte, querida morte. Você que rodeia meus pensamentos mostrando-se como solução para minhas dúvidas e remédio para minhas dores. Por que não me brindas em definitivo com sua presença? Por que não me cedes sua companhia eterna?
Desta situação em que me vejo já não tenho mais sonhos nem esperanças. O coração que teimou em bater por tanto tempo (apanhar, na verdade) agora não possui mais forças para continuar.
A solidão corre em minhas veias tal qual veneno, suga minha energia e pesa em minha alma me deixando pálida, seca, amarga. O momento que tanto se posterga deve finalmente chegar. Tomada, brindada, satisfeita eternamente.
Morte, querida morte...


Xoxo.

3 comentários:

  1. Com um tom sombrio da chamada pela morte e meio delicado pela intensidade do sentimento. rs
    Belo texto. Sentimentos e desejos tensos. Eu sei o que é sentir, isso. Eu sei. *-

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  2. Totalmente tenso. Tb sei como é sentir isso e aposto que escreveu isso com o pior dos sentimentos. Angústia.
    Texto belíssimo.

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